Ocupação no Palco da Cantina da Sede Cabral convida à reflexão sobre saúde mental e uso de medicamentos no Setembro Amarelo
Geral, Ensino
De 10 a 20 de setembro, o palco da cantina da Sede Cabral do Campus de Curitiba II/FAP da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) estará ocupado com uma série de trabalhos e provoca-AÇÕES, desdobramentos das ações desenvolvidas a partir do Projeto de Extensão Cartografando a Ciranda Gravura, coordenado pela professora Iriana Nunes Vezzani, do curso de Licenciatura em Artes Visuais.
O projeto tem como objetivo formar um grupo engajado no processo de construção de experiências poéticas coletivas, reunindo estudantes das disciplinas de gravura, professores e alunos das redes municipal e estadual de ensino.
O QUE TE FAZ SAIR DA CAMA?
Essa foi uma das questões disparadoras, tendo em vista os elevados índices de adoecimento mental entre professores e alunos das redes pública e também da Universidade Estadual do Paraná.
“Durante a pesquisa para esta ação, identificamos dados nacionais e regionais que revelam um número expressivo de licenças médicas motivadas por transtornos mentais entre professores e estudantes. Esses números sinalizam um problema coletivo e estrutural”, destaca a professora Iriana.
Ela também aponta que estudos locais e regionais mostram o aumento de diagnósticos de TDAH e TEA, muitas vezes acompanhados por estratégias de medicalização no ambiente escolar, o que reduz a diversidade comportamental a casos a serem "tratados", sem o respaldo de parâmetros pedagógicos de inclusão.
Além disso, pesquisas revelam lacunas na formação docente para lidar com a neurodiversidade, evidenciando a falta de conhecimento prático e de políticas de suporte durante a formação inicial e continuada dos professores. Isso gera tensão, insegurança e adoecimento entre os profissionais da educação.
Partindo dessas questões, desenvolvemos a temática do corpo — um corpo que se expande e carrega um peso invisível para ser reconhecido, produtivo e aceito no tempo e no espaço.
Para a sobrevivência desses corpos, propomos ações de colheita pelo espaço urbano, criando áreas de respiro na relação híbrida entre corpo, cidade, tecnologia, ambiente e sensorialidade. Uma experiência que propõe entender o corpo não mais como uma “caixa fechada com tarja preta”, mas como algo em contínua expansão: o corpo coletivo, no espaço urbano, em movimento e em presença.
O lixo que vira memória coletiva
Os blisters de medicamentos utilizados na instalação são doados por alunos e professores que colaboram espontaneamente. Muitos são deixados com frequência na porta do ateliê de gravura (sala 5, bloco 2), que, ao que tudo indica, se tornou um espaço simbólico para transformar descartes em peso visível — um lugar de encontro e partilha.
A instalação destaca a potência da universidade como espaço artístico, de trocas horizontais e conexões entre pessoas.
Durante esta ação, você está convidado a respirar, soprar dentes-de-leão, soltar pipa, fazer bolhas de sabão, brincar, cantar e compartilhar.
VOCÊ PODE FAZER PARTE DESTE PROJETO:
DOE blisters (embalagens de medicamentos) usados diretamente no cesto da balança até o dia 20/09/2025, ou após essa data no Laboratório/Ateliê de Gravura (sala 5, bloco 2).
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