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Exposição Onde Nascem os Ventos está em cartaz na Galeria Laila Tarran

Geral, Extensão

por Helio Sauthier publicado: 29/04/2025 07h27 última modificação: 29/04/2025 07h27

A exposição Onde Nascem os Ventos, organizada pela professora e artista visual Iriana Nunes Vezzani, está em cartaz na Galeria Laila Tarran, com a participação de estudantes e egressos do curso de Licenciatura em Artes Visuais do Campus de Curitiba II/FAP da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

A exposição, com gravuras e matrizes,  segue aberta para visitação até o dia  10 de junho. 

 

ONDE NASCEM OS VENTOS

Exposição aberta até o dia , das 9h às 21h, na Galeria Laila Tarran

Bloco 2 da Sede Cabral do Campus de Curitiba II/FAP da Unespar

Rua dos Funcionários, 1357 – Cabral

 

MAIS INFORAÇÕES SOBRE O PROJETO

Entre os dias 7 e 10 de outubro, “Onde nascem os ventos?”, passou pelo evento Paraná Faz Ciência 2024, na programação da Estação Cultura, realizado na Universidade Estadual de Maringá. Com uma estrutura simples e atrativa, a ação desafia a disponibilidade para a percepção e para a construção de coletivos. Em meio aos aspectos altamente convidativos sensorialmente (o talhar das goifas na madeira, o aspecto pegajoso da tinta, o som do rolo na  prancha de entintagem, os movimentos fluidos dos panos com as gravuras ao vento), vemos pequenas comunidades se formarem e se dissolverem ao longo da duração da performance. 
Entre os corpos, mãos e dedos – de idades diversas – que trabalham em cima das matrizes, assistimos à lenta e cuidadosa transformação dos desenhos ao longo dos dias. No esmero do processo de aprendizagem da lida com a madeira, pequenas formas são descobertas em integração com o todo. Ao mesmo tempo, é visível a transformação da figura de uma mestra que conduz a feitura das ações. Não porque não haja mediação, mas porque ela não é colocada de modo hierarquizado em relação aos fluxos coletivos incessantes. Cada traço na madeira é permeado pelo conjunto das impressões do momento presente, impressões posteriormente gravadas nos tecidos que voam sob sol e chuva. 
O trabalho da Iriana nos convoca à ação, ao ato de partilhar convívio, no que Jorge Dubatti diz acerca de uma epistemologia da convivialidade. “Onde nascem os ventos?” é um diálogo intenso entre metodologias e procedimentos, técnicas e subjetividades, afetos e amorosidades dos invisíveis que nos rodeiam. No momento em que a performance aciona estados de comunidade, mesmo que provisórias e temporárias, nos arremessa para uma construção coletiva de sentidos de si. Mais do que linhas cravadas na madeira, mais do que traços feitos e imagens concebidas, o que é impresso vai muito além da tinta. “Onde nasce os ventos” imprimem nos tecidos que voam ao vento, à chuva e às intempéries da vida, ao sopro da brisa, os movimentos mais suaves da comunhão de se estar junto com alguém, que na maioria das vezes não conhecemos, e que possamos a partilhar de uma experiência tão profunda, inclusive que nos permite a dizer segredos, a criar silêncios e pausas, a trocar olhares e fofocas que levaremos conosco, muitas vezes sem mesmo perceber, o quão transformador tudo isso causou em nós: a tal da experiência de criar dimensões estéticas na vida.
André Rosa e Milena Plahtyn, novembro de 2024.