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Exposição “A Freire com carinho” organizada pelo PIBID Artes Visuais encontra-se aberta na Galeria Laila Tarran

Geral, Ensino

por Helio Sauthier publicado: 13/03/2025 07h54 última modificação: 13/03/2025 07h54

Até o dia 26 de março, encontra-se aberta a exposição “A Freire com carinho”, organizada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do curso de Licenciatura em Artes Visuais do Campus de Curitiba II da Universidade Estadual do Paraná (Unespar),

A exposição está em exibição na Galeria Laila Tarran, no Bloco 2, andar superior, na Sede Cabral (Rua dos Funcionários, 1357).

Confira abaixo o texto sobre a exposição.

 

A Freire com carinho

Esta exposição reúne cartas redigidas pelos BIDiS, bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), a ninguém mais ninguém menos do que o Patrono da Educação Brasileira: Paulo Freire.

O exercício é uma estratégia de reflexão que toma a privacidade da conversa entre pares para revelar aquilo que poderia ser tratado como conteúdo apreendido em uma avaliação formal da educação. Neste caso, o que acontece é um interessante jogo em que nos coloca remetentes de nossa perspectiva sobre o que estudamos a outro que não o professor, mas a um indefinido leitor com quem conseguimos interlocução, por meio de nossa sensibilidade.

A carta exige que pensemos no que o outro como uma resposta. É forma de diálogo atravessado pelo tempo.  O que no passado, o tempo das cartas era dividido em tempo de pensar e escrever, endereçar, selar, postar e depois, aguardar resposta, ou seja, a carta acionava nosso destinatário a se fazer remetente. É certo que as cartas se perderam de nossos costumes, e isso nos trouxe ganho de tempo, pois nos comunicamos com o Japão no instante da escrita, já não há mais equivalência entre tempo e distância, mas há perdas.

Paulo Freire, como sujeito de seu tempo, tinha nas cartas uma forma de comunicação dileta, tanto que cinco de suas obras são claramente inspiradas na correspondência: Cartas a Guiné-Bissau: registro de uma experiência em processo (1977), Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais (1980)¸ Professora, sim, Tia não: cartas a quem ousa ensinar(1993), Cartas a Cristina (1994), Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos(2000).

Para a escrita destas cartas, a maioria das e dos bidis leu nas férias de janeiro, o livro A Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido, as veteranas escolheram “Professora, sim, Tia não: cartas a quem ousa ensinar.” Esta leitura é forma de iniciar essa conversa com o autor e esta exposição, propõem um exercício de sensibilidade: um convite a conversa na qual você, possivelmente, consiga fazer parte pois como expectador leitor, se transforma em destinatário e ouve no silêncio o pensamento que revela o remetente desconhecido.

 

Professor Luciano Buchmann, Coordenador do PIBID.

Curitiba, março de 2025