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Chamada para a Revista Científica FAP

Pesquisa

por publicado: 09/07/2020 11h58 última modificação: 09/07/2020 11h58

CALL FOR PAPERS – REVISTA CIENTÍFICA FAP online (ISSN 1980-5071)

10/07/2020 a 30/01/2021

DOSSIÊ: COLECIONADORES, ARQUIVOS SONOROS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS: REFLEXÕES A PARTIR DA ETNOMUSICOLOGIA E DA SOCIOLOGIA DA MÚSICA

Coordenadores: Profa. Dra. Ana Paula Peters (UNESPAR, Brasil); Prof. Dr. Pedro Aragão (UNIRIO, Brasil); Profa. Dra. Susana Sardo (UA, Portugal)

Revista Científica/FAP online vem se consolidando há 14 anos como uma publicação semestral do campus de Curitiba II/Faculdade de Artes do Paraná da Unespar e que tem por objetivo divulgar artigos, resenhas, ensaios, entrevistas e traduções produzidas sob duas formas de chamadas: Dossiês Temáticos e Fluxo Contínuo, para recebimento de trabalhos situados nas áreas de Artes Visuais, Arte/Tecnologia, Artes do Vídeo, Cinema, Dança, Fotografia, Performance, Música, Teatro, Comunicação, Educação e Ciências Humanas, nas suas mais variadas formas de análise interdisciplinar, fomentando, assim, o intercâmbio entre pesquisadores de diversas instituições de ensino – nacionais e internacionais.


PRAZOS: O prazo de submissão dos textos e dos currículos à Revista Científica/FAP será: de 10/07/2020 a 30/01/2021, postando o artigo, mediante a realização de cadastro, no site:

http://periodicos.unespar.edu.br/index.php/revistacientifica

 (Após este prazo, os artigos são encaminhados aos pareceristas/revisores ad hoc da Revista)

 

Ementa:

A centralidade do papel de colecionadores na recuperação de parte da memória sonora no Brasil e em Portugal, a relação entre colecionadores e arquivos sonoros e a questão do colecionismo enquanto lugar de interpelação acadêmica constituem-se como temas centrais do presente dossiê. Particularmente no âmbito da etnomusicologia e da sociologia da música, a discussão sobre o colecionismo musical tem vindo a sofrer mudanças significativas nas últimas décadas. No domínio da etnomusicologia, a visão tradicional do colecionismo como um campo não-científico e pouco sistemático, comumente associado ao folclore musical, e sobretudo à visão do colecionador como “informante” sujeito à interpretação do saber acadêmico, vem sendo substituída pela ideia de arquivamento colaborativo, onde interlocutores não acadêmicos trabalham em linha com a pesquisa universitária, sob a ótica da responsabilidade social. Também no campo da sociologia da música, a visão tradicional do colecionador como um “cultural dope”, ligado aos seus objetos de afeição por uma relação de fetiche, ou, no dizer do sociólogo Antoine Hennion, “como canais neutros por onde relações sociais pré-determinadas operam”, vem igualmente sendo substituída pela ideia de colecionadores como mediadores ativos na construção de diferentes significados sobre música.

 

O presente dossiê tem por objetivo fomentar a reflexão crítica sobre o papel de colecionadores na produção de sentido sobre música a partir das seguintes perspectivas e questões:

 

1-   Colecionadores e perspectivas decoloniais: o que nos dizem as coleções e os colecionadores cuja ação decorre de iniciativas não institucionalizadas e dispersas no tempo e nas geografias do saber, sobre modos de conhecer, frequentemente ignorados pela academia?

 

2-   Colecionadores e construção de patrimônio: que lugar ocupam as ações individuais de colecionadores não acadêmicos enquanto atores vitais para a preservação e salvaguarda de patrimônio sonoro e de memórias locais?

 

3-   Colecionadores, poder público e saberes universitários: que modelos e práticas têm vindo a ser seguidos pelas universidades e outros poderes públicos instituídos para lidar com políticas de preservação de arquivos sonoros privados? Como avaliar as relações de poder que se estabelecem entre as instituições e os colecionadores na construção de uma memória sónica comum?

 

Coordenadores do dossiê:

 

Ana Paula Peters é professora da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR – campus Curitiba I – EMBAP), Brasil, onde atua nos cursos de graduação em Licenciatura em Música e no Bacharelado em Museologia e também no Programa de Pós-graduação em Música da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), na linha de pesquisa Música, Cultura e Sociedade. É doutora em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Seus interesses de pesquisa incluem a música popular brasileira, os arquivos sonoros, a indústria fonográfica, a prática musical e as possibilidades de ensino do choro em sala de aula. É autora do livro "Nas trilhas do choro" (2016), publicado pelo Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura de Curitiba. Em 2013, a coleção de livros "Além das notas: música" de educação musical para a educação básica, do 1º ao 5º ano, ficou entre as obras finalistas do Prêmio Jabuti, na categoria livros didáticos e paradidáticos. Organizou os livros “Reflexões e experiências para a educação em música e artes visuais (Pibid)” - Caderno 1 (2015) e Caderno 2 (2018), com Vivian Letícia B. Marques e “PIBID e a formação de professores pelos campi da UNESPAR” (2016), com Márcia Stentzeler, sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Contato: anapaula.peters@unespar.edu.br

 

Pedro Aragão é professor na Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), Brasil, onde atua na graduação – lecionando prática de conjunto e História da Música Popular Brasileira – e na pós-graduação. Seus interesses de pesquisa incluem música popular brasileira, arquivos sonoros, relações entre indústria fonográfica e música popular e lusofonia. É autor do livro "Alexandre Gonçalves Pinto e 'O Choro'", que recebeu em 2012 o Prêmio Silvio Romero IPHAN – MINC (2ª colocação) e o Prêmio Funarte de Produção Crítica em Música 2013. É organizador (com Bia Paes Leme, Paulo Aragão e Marcilio Lopes) dos livros "Pixinguinha, Inéditas e Redescobertas", "Pixinguinha: Outras Pautas" e "Carnaval de Pixinguinha", reunindo arranjos orquestrais desse compositor brasileiro para a rádio nas décadas de 1940 e 1950. Atuou como Professor Visitante na Universidade de Aveiro entre 2015 e 2016, onde desenvolveu pesquisa pós-doutoral sobre acervos sonoros em 78 rpm em Portugal e Brasil.

Contato: pmaragao@ua.pt

 

Susana Sardo é professora associada de Etnomusicologia na Universidade de Aveiro e Professora Visitante da Cátedra Cunha Rivara na Universidade de Goa /India. É doutorada em Etnomusicologia pela Universidade Nova de Lisboa. Desde 1987 tem desenvolvido trabalho de investigação sobre Goa e sobre música e lusofonia. Os seus interesses de investigação incluem música e pós-colonialismo, música no espaço lusófono, incluindo Portugal onde tem igualmente desenvolvido trabalho de investigação sobre processos de folclorização, música e pós-ditadura e arquivos de som e imagem. É autora do livro Guerras de Jasmim e Mogarim: Música, Identidade e Emoções em Goa (Texto 2010) que recebeu, em 2012, o Prémio Cultura da Sociedade de Geografia de Lisboa. As suas outras publicações incluem a coordenadora da colecção Viagem dos Sons (Tradisom 1998), e a co-edição de Historical Sources of Ethnomusicology in Contemporary Debate (Cambridge Scholars Publishing 2017). Em 2008 foi nomeada representante de Portugal no Conselho de Curadores na Fundação Cultural Europamusicale, com sede em Munique. E em 2017 foi eleita co-chair do Study Group of Historical Sources do International Council for Traditional Music. É coordenadora, na Universidade de Aveiro, do pólo do Instituto de Etnomusicologia (INET-md).

Contato: ssardo@ua.pt

 

 *Previsão de publicação da edição: maio/junho de 2021

Editora Chefe dos Periódicos da FAP: Profa. Dra. Cristiane Wosniak